ARES DE SETEMBRO

 

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Era um daqueles dias que lembram finados em que o vento nem quente nem frio soprava obscenidades que um ouvido mais atento captava sem demora. Um dia de brisa apressada que fazia voar os cabelos e tatuava círculos rosados na pele do rosto. Um dia de movimento descabido, com a agitação angustiada que reverbera lá no fundo, desalinhando o pensamento. E o sol de um azul ainda sem sustento, se ria cúmplice, observando de cima o desat
ino de quem tem a sina de ver antes.  

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