Desconstrução

© Wood sculptures by Willy Verginer
Foi se moldando a vontade dos outros. Uma pincelada aqui, outro ajuste lá. Mudanças mais profundas também foram necessárias e custosas. Era preciso lapidar-se. Até que desconcertou-se. Saiu do prumo. Mexeu com raízes profundas e agora não se reconhecia mais. Era quem os outros queria que fosse.
Mas lá no fundo, o que restara de si se debatia. Sufocar a essência tem um preço muito alto. E, por mais que se faça um novo arranjo, um dia o verdadeiro eu exige ocupar seu espaço. O peso da indumentária alheia é um fardo impossível de ser sustentado para sempre.

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