Não sou uma mulher de 140 caracteres

Alguém que sigo no twitter divulgou um link para um texto atribuído ao Jabor com a ressalva de que talvez o texto não seja do Jabor. Esta é apenas uma das pragas da internet. As obras passam a perder a autoria. Ou pior, ganham novos autores. As pessoas se apropriam da ideia dos outros com a maior naturalidade.

Voltando ao texto do Jabor, ou talvez de qualquer outro, achei bastante pertinente. Mesmo sem estar no twitter, ele tem 26 mil seguidores. Dadas as devidas proporções, o meu twitter tem uns 0,0003% de seguidores em relação ao twitter fake do Jabor, mas estou lá e sou real. Estou lá, e nem sei porque. Talvez porque seja da comunicação e hoje as criaturas ficam meio à deriva se não têm orkut — e eu não tenho — se não estão no twitter, facebook e mais este mundo de coisas que na minha opinião no têm sentido, não dizem nada.

É disto que fala o texto. Eu até entro no twitter. Eu tento. Mas não tenho o que dizer às pessoas. Ao menos acho que elas não vão querer saber o que estou fazendo ou comendo enquanto trabalho. Toda vez que entro lá me sinto tão sem conteúdo, tão fora deste contexto. Como não tenho algo interessante para dizer e que acrescente às suas vidas, me calo.

Eu não sou uma mulher resumida, uma mulher de 140 caracteres. O mundo tem que ser mais do que isto. Mais do que pessoas frias sentadas atrás de um computador contado o que fizeram no feriado, que filmes assistiram. E se quebrando para colocar tudo em 140 caracteres.

Comentários

marilia disse…
Isso é bem o que sinto. Não gosto do twitter. E acho que ele também não gosta de mim. =P