Consulta número 2



Querido analista,


Hoje tive vontade – muitas vezes – de socar um colega qualquer. Bater, bater e bater, até passar a minha raiva. Talvez se chutasse uma mesa ou apenas começasse a rir debilmente, tendo um surto bobo, resolvesse. Qualquer coisa que arrancasse essa angústia que está me corroendo a alma.
Não, é óbvio que não fiz nada disso. Eu disse vontade. Mas fala sério, tu também não tem vontade, às vezes – e somente às vezes – de quebrar tudo? Jura! Claro que tem. Tem sim. Todo mundo tem. Não fosse essa vontadinha desgraçada, não tinha tanta gente soltando o verbo e o braço por aí. Tá, tá bem. Vou me controlar. Mas não é fácil, hein?

Hã? Claro que não é nada pessoal. Não tenho nenhum colega-desafeto. Poderia ser qualquer um. Até aquela velhinha que levou anos para atravessar a faixa de segurança na minha frente hoje. A-ha! Te peguei!! Imagina eu, louca de atar, atacando velhinhas! Nã, na, não. Não faz meu perfil.
Sabe, eu gostaria bastante (inclusive já pedi ao Santa Klaus) de ganhar um lança-chamas. Irado. Imagina só. Take a look na cena: eu, na BR-116 diariamente, o maior movimento, trash mesmo, de posse de um lança-chamas. Cara, eu não ia nem mais precisar dessa análise. Era só um clique básico no botão e tchum!!!, uma clareira à minha frente. Ai... que tranquilizante.
Ah, para com isso. Deixa eu sonhar. Eu podia tá robando, podia tá matando, mas tô só lança-chamando! Resolvi deixar a loucura transbordar. Vinha há tempos segurando, sempre evitando. Agora, que tenho o blog análise, vou contar tudo.

É uma terapia sim! Não me contraria. Pode não ser bom. Se tu quiser, peço ao cara para trazer um lança-chamas pra ti também. Tu vai amar. Tenho certeza.

Comentários